sexta-feira, 19 de setembro de 2014

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/noticias/?p=152203
2/07/2013 11h06

Para avançar em projeto, comunidade Futuro Melhor deverá escolher perfil das obras

Representantes da Habi/Norte estiveram com moradores do Peri Alto para indicarem intervenção mais adequada ao perfil da área
Seis representantes da Associação de Moradores Futuro Melhor, Zona Norte, e o Chefe de Gabinete Miguel Biazzi Neto, do Deputado Federal Paulo Teixeira, conversaram nesta sexta feira, dia 12, com o Secretário Municipal da Habitação, José Floriano, para inclusão da comunidade nos programas de urbanização da Prefeitura.
O Departamento de HABI/ Norte da secretaria – representado pela Diretora Mônica Oliveira Vieira Cyrillo e mais duas Assistentes Sociais que acompanham o histórico do caso – estiveram no encontro e apresentaram duas opções de melhorias às 2.100 famílias que estão no local. Na área do Peri Alto vivem 600 famílias na Favela Córrego do Bispo, ou Favela Sem-Terra, e mais 1.500 famílias na Favela Córrego do Bispo, ou Favela do Sapo como é chamada pelos moradores.
Existe a opção de remover as famílias de toda a área e realocar uma parcela no próprio terreno, com a construção de unidades habitacionais; ou remover apenas as famílias que estão em área de risco e os moradores necessários para a realização de obras de urbanização.
Para que o processo avance, o Secretário José Floriano solicitou a decisão dos moradores entre as duas opções apresentadas. A decisão, que será feita democraticamente entre os moradores da área, será exposta à SEHAB em um novo encontro agendado para o dia 12 de agosto, segunda feira. “Após a decisão da maioria das famílias vamos realizar os estudos técnicos da área, tendo em mente o projeto escolhido: urbanização ou conjunto habitacional”, destacou o Secretário.
 
A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) realizou um estudo anterior para a viabilização de um Parque Linear nessa área, chamado Córrego do Bispo. Mas, com o planejamento de obras de habitação no mesmo local, deverá haver uma compatibilidade entre os projetos. “Vamos envolver as Secretarias correspondentes a esse caso e, atualizar o Prefeito Haddad para alcançarmos uma decisão junto à comunidade, que possa viabilizar os projetos de habitação popular”, ressaltou o Secretário José Floriano.
Será agendada uma reunião com a SVMA para decidir a prioridade dos projetos. Também com data marcada, será feito um sobrevôo na área da favela Futuro Melhor para traçar o panorama e as possibilidades reais de intervenção. Após essas etapas e a decisão da comunidade no dia 12 de agosto, o projeto Futuro Melhor será acompanhado com prioridade pelo Prefeito. Vale ressaltar que as famílias que forem removidas serão cadastradas e estarão no Programa Auxílio Moradia até serem atendidos com moradia definitiva.

PROMESSAS DO HADDAD EM CAMPANHA.

http://vilanovacachoeirinha.blogspot.com.br/2012_12_01_archive.html#.VBygpZRdWSo

domingo, 30 de dezembro de 2012

Haddad aponta o combate à pobreza como o maior desafio de SP

LUIZA BANDEIRA
DE SÃO PAULO

Em setembro, quando fazia campanha na favela Peri Alto, na zona norte da capital paulista, o então candidato Fernando Haddad (PT) foi levado por Pedro dos Santos, 10, até um campinho de futebol. O menino pedia gramado e uma arquibancada.

No caminho até o campo, Haddad e Pedro passaram por montanhas de lixo e atravessaram um rio de esgoto a céu aberto. Avistaram palafitas de madeira, onde moradores vivem sem água e rede de energia elétrica. Cruzaram com ratos, moscas e baratas.

Passada a eleição, Haddad reconheceu a assessores que a favela do menino Pedro foi o pior lugar da cidade que visitou durante a campanha.
Lalo de Almeida/Folhapress
Corrego funciona como esgoto dos barracos de madeira do Jardim Peri Alto, na zona norte de Sao Paulo
Corrego funciona como esgoto dos barracos de madeira do Jardim Peri Alto, na zona norte de Sao Paulo

E essa favela representa um dos maiores desafios que o futuro prefeito terá que enfrentar: o combate à pobreza na maior metrópole do país.

Em discurso após a vitória, ele afirmou que seu objetivo central era "derrubar o muro da vergonha que separa a cidade rica e a cidade pobre".

Dados do Censo 2010, do IBGE, mostram que 14,5% dos paulistanos --cerca de 1,5 milhão de habitantes-- são pobres (renda de até R$ 225 mensais per capita).

Mais de 245 mil residências não têm abastecimento de esgoto totalmente adequado e 283 mil pessoas com mais de 15 anos não sabem escrever.

As áreas periféricas da cidade, mais pobres, são as que tradicionalmente dão mais votos ao PT. Neste ano, não fugiram à regra. A zona onde fica o Peri Alto foi uma das que deram vitória a Haddad.

Segundo os dados mais recentes da prefeitura, havia 1.500 imóveis na favela em 2008. Apenas 20% contavam com água e rede elétrica.

Também não havia esgotamento sanitário e só 10% do território tinha iluminação pública e coleta de lixo.

A maior parte das casas é de madeira, e a iluminação vem por meio de ligações clandestinas. A falta de água é contornada com baldes.

"Aqui é o pior lugar que existe. Só pela misericórdia de Deus", disse Robson Bezerra, 23, desempregado, que tenta vender seu barraco por R$ 5.000 para sair dali.

Diariamente, ele vai à rua principal para encher cerca de 15 baldes de água, que usa para tomar banho e cozinhar.

As enchentes são outro problema. As casas que mais sofrem são as palafitas, construções com alicerces de madeira feitas sobre o córrego do Bispo.

"Todas as minhas coisas caíram no rio. Estou morando em meia casa", disse Valdemir Silva, 55, cujo barraco desmoronou pela metade riacho adentro em uma cheia no início deste mês.

Haddad já disse que sua prioridade na tentativa de reduzir a desigualdade social será a melhoria da qualidade dos serviços da prefeitura, principalmente saúde, transporte, educação e habitação.

No dia em que fez campanha no Peri Alto, o foco ficou nessa última área. Ele prometeu beneficiar 55 mil famílias com novas moradias e 70 mil com urbanização de favelas.
A assessoria de Haddad disse que as ações específicas para o Peri Alto serão desenvolvidas na nova gestão.

A gestão atual disse que intervenções na área estão previstas no Plano Municipal de Habitação para o período entre 2016 e 2020. Informou ainda que os córregos da área recebem limpeza a cada 45 dias.

Matéria publicada originalmente na Folha de S.Paulo